terça-feira, 4 de outubro de 2011

TODO APOIO À COMUNIDADE DANDARA!!!




A maior ocupação urbana de Minas Gerais, uma das maiores da América Latina, recebeu uma notícia amarga no último dia 03/10: o juiz da 20ª vara cível, Dr. Renato Luiz Faraco expediu o mandato de despejo com o prazo de 2 dias para sua publicação e dá 7 dias para fazer o despejo. Fazendo as contas, o despejo possivelmente sairá dia 12/10, dia das crianças, que terão esse triste presente. E não são poucas crianças, afinal a comunidade abriga mais de mil famílias que já construíram mais de 800 casas de alvenaria, estabeleceram família e uma vida naquelas terras que não cumpriam sua função social no bairro Céu Azul, em BH.
O nome "Dandara" - a aguerrida mulher de Zumbi dos Palmares - surgiu do fato de serem as mulheres as protagonistas na luta e resistência diárias!
Há mais de 2 anos Dandara resiste e continuará resistindo. Por isso é de extrema importância o máximo de apoio que puderem ter.
CONVOCAMOS principalmente quem mora em BH a apoiarem como puderem na luta dessas famílias.


Saiba mais sobre a Comunidade Dandara:

Ou nos tels:
Comitê: 31 8522-3029 e 9702-6725
Joviano: 31 8815-4120

quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Dia 28 de setembro: pela Legalização do Aborto

Os alarmantes números, relacionados a criminalização do aborto, são apenas parciais. Sabemos que a significativa parcela de procedimentos e suas complicações estão submersos nas clínicas insalubres, nos porões, nos banheiros de escolas e até nas Igrejas.Essas mulheres estão expostas a infecções, agravos clínicos e ao julgamento de uma sociedade que insiste em fechar os olhos e calar a voz daquelas que sonham em viver livremente. 

Quando defendemos a legalização do aborto, defendemos o acesso a saúde, livre de preconceitos e discriminações. Defendemos, também, um Estado laico.

Mas, quando defendemos a legalização do aborto, queremos abrir a real discussão intrínseca a esse tema. Defendemos a autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas. Sonhamos e desejamos que a mulher viva sua sexualidade livremente, distanciando-a da imposição à maternidade.

Sabe-se que todos os métodos anticonceptivos guardam uma porcentagem de erro. De outro lado, precisamos evidenciar o fato de que muitas mulheres têm dificuldade de negociar abertamente os métodos anticonceptivos com seus companheiros. Isso não deve ser um aprisionamento a condições colocadas. Ser mãe deve ser uma opção.

Nossa sociedade insiste em associar maternidade a uma suposta “condição feminina”, relacionada ao cuidado, a atenção, ao carinho. Essas últimas, também integram um mix de características “naturalmente femininas”. Bem, de nossa parte, podemos dizer que cuidado também é trabalho e deve ser dividido por todos e todas. Em outro sentido, atenção, carinho e solidariedade devem ser eixos estruturantes de toda a sociedade, inclusive, parte das políticas públicas do Estado.

Para tanto, essa semana comemoramos através de luta, coragem, ousadia e mobilização, o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto.


Dia 28 de Setembro, todos e todas evidenciamos a opção de uma sociedade radicalmente igualitária, libertária e solidária. 


tuitaço #legalizaroaborto


Ana Cristina de Lima Pimentel, militante da Marcha Mundial das Mulheres
Fonte: Blog do Maria Maria - Mulheres em Movimento

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CARTA MANIFESTO - CarcarÁ - Coletivo de Mulheres


O Carcará vai fazer a louvação, louvação, louvação!

Setembro de 2011

       O Coletivo Carcará é um espaço de ação. Compactua com todas as vozes que os poderes dominantes tentam pôr como ilegítimas, porque sabe que uma das mais cruéis formas de violência é fazer calar.
Parte significativa da população brasileira tem direitos essenciais negligenciados, como alimentação, saúde, moradia e educação. Associada a isto, a distribuição de poder pautada no sexo, etnia, estrato social, orientação sexual, religião e idade tenta pôr à margem milhares de brasileiros.
O Carcará quer contribuir para a conquista de espaço das minorias que, a bem da verdade, de minorias não tem nada. A maior parte da população brasileira não se encaixa no padrão que a ideologia dominante tenta impor.
Formado por mulheres, o coletivo dá atenção especial as relações de gênero e compõe o cenário dos movimentos feministas, porque percebe como essencial um espaço em São João del- Rei, Minas Gerais, que estimule a reflexão sobre o papel social da mulher.
Diariamente os jornais noticiam a morte por crimes passionais, a agressão física, sexual e psicológica de brasileiras. Quando veiculam tais violências e estampam em suas páginas mulheres seminuas junto a carros, bebidas e outras mercadorias, os jornais e a publicidade sinalizam o lugar de objeto que ainda é dado às mulheres.
Mesmo em condições tão adversas – a cada 24s uma mulher é espancada no Brasil, segundo dados do IBGE/2010 – as mulheres, como o carcará do sertão nordestino, resistem bravamente.
O Coletivo Carcará é louvor á força destas brasileiras. E, como verdadeiro louvor, ultrapassa a simples exaltação e propõe o diálogo, a ação e a confiança na capacidade de transformação que tem todas as mulheres.
Ás pessoas, sem qualquer distinção, o Carcará deseja a força de reconhecerem suas habilidades de criação e modificação do estado atual das coisas. Todo indivíduo é importante e tem o direito de ter sua voz e vida expressa e legitimada. Como atores de nossas próprias vidas, não nos pode ser negada nossa participação no mundo.
O Carcará é profano, respeita a dor e principalmente a risada daqueles que sobrevivem á margem e fazem com que suas vidas sejam fortes, ricas e bonitas. Caretas do mundo, sem mágoas estamos aí!